terça-feira, 10 de junho de 2008

Grupo Buriti: há seis anos, uma parte do Movimento Escoteiro em Balsas

Em 30 de maio de 2002, 12 jovens de camisa azul prometeram, diante da Bandeira Nacional, fazer o melhor possível para cumprir os seus deveres para com Deus e a Pátria. Prometeram também ajudar o próximo e fazer todos os dias uma boa ação. Ao fazerem isso, recolocavam Balsas no seleto grupo de municípios brasileiros onde atuam Grupos Escoteiros. Naquele dia, estava sendo fundado o Grupo Buriti.

De acordo com a União dos Escoteiros do Brasil (UEB), atualmente, apenas um, em cada 12 municípios do País tem grupos escoteiros atuantes. No Maranhão, apenas outros dois municípios – São Luís e Imperatriz – têm esse privilégio. Por mais que não tivessem a dimensão disso, aqueles jovens precursores estavam inserindo Balsas em uma fraternidade mundial que conta com mais de 25 milhões de jovens e adultos, homens e mulheres, em todo o mundo.

No próximo mês de julho farão 101 anos desde que o primeiro acampamento escoteiro foi realizado, na Ilha de Brownsea, Inglaterra, por iniciativa do fundador Lord Baden Powell. No mês passado, o Grupo Escoteiro Buriti completou seis anos de atividades ininterruptas, graças à boa vontade daqueles que mantém sua participação, e de tantos que por aqui já passaram, entre idas e vindas, e doaram-se também durante algum tempo.

Ao longo da minha vida escoteira, tive no pescoço dois lenços: um era xadrez preto e branco com listras vermelhas, do Humaitá-Sul, onde fui lobinha e escoteira, dos 7 aos 13 anos em Pelotas/RS, minha cidade natal. O outro tem as cores grená e amarelo, e era este que eu usava quando recebi o distintivo Lis de Ouro, sendo uma das poucas escoteiras a alcançar tal grau no estado do Maranhão. Foi com esse lenço no pescoço também que participei de grandes atividades, de acampamentos, de jornadas que viraram madrugadas, e deram-me grandes ensinamentos de companheirismo, paciência e força de vontade. E era este mesmo lenço que eu via no pescoço de lobinhos e escoteiros por quem tinha e tenho tanto carinho, quando me chamavam de “Baloo”. É por isso que tenho orgulho de ambos os lenços, mas sinto orgulho, especialmente, de ter feito parte ao lado dos meus pais, dos meus irmãos e de grandes amigos que o Escotismo me proporcionou, da história do Grupo Buriti, pelo seu pioneirismo, e pela importância que ele tem na comunidade de Balsas.

Ainda não desaprendi a fazer nós, nem esqueci o cancioneiro de jornada. Hoje, pela necessidade de ocupar meu tempo com outras atividades, o uniforme está guardado. Mas só por algum tempo. Qualquer dia destes eu o visto de novo, pra matar a saudade de um bom fogo de conselho! Porque todo mundo sabe que “uma vez escoteiro, sempre escoteiro!”.

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Mas, como eu ia dizendo... Existem muitas formas de ação possíveis para contribuir com a construção de uma sociedade melhor: Isso pode ser feito através da igreja, da caridade, do trabalho comunitário, do engajamento político, da prática desportiva e de tantas outras maneiras. O Escotismo, entretanto, mostra-se como um movimento dos mais completos porque, respeitando as orientações políticas e religiosas particulares de cada indivíduo, tem como ideal o desenvolvimento pleno das potencialidades humanas – físicas, morais e psicológicas. Seus princípios, incentivam o auto-conhecimento através da espiritualidade, estimulam o serviço ao próximo, o crescimento por meio do trabalho em equipe, a disciplina, o respeito à natureza, a participação na vida política e social da comunidade e tantos outros valores, que são transmitidos através de um método de educação lúdico e não-formal.

É por isso, que a atuação de um Grupo Escoteiro no município é um privilégio tanto àqueles que fazem parte do Movimento quanto à comunidade em geral, que se beneficia indiretamente pela convivência de mais e mais jovens e adultos retos de caráter e líderes em boa vontade. E é graças a uns poucos que um dia se encontraram nesta cidade de migrantes, vindos de lugares distintos, mas identificados pelo mesmo “aperto de mão esquerda” e pela saudação “Sempre Alerta”, que Balsas pode hoje ter orgulho de dizer que faz parte da grande fraternidade que é o Movimento Escoteiro.

Manter um Grupo Escoteiro não é uma tarefa fácil, ainda mais quando se está distante de outros grupos em que se apoiar mutuamente, e dos próprios centros que coordenam o Movimento no País, que são as regionais administrativas da UEB (União dos Escoteiros do Brasil). Há ainda outros obstáculos, talvez até maiores, e estes, por experiência, afirmo que são enfrentados por todos os G.E.s, independentemente da localização geográfica: Engana-se quem pensa que é a falta de recursos, porque isso, ainda que a escassez de verbas seja uma realidade, é absolutamente contornável. O maior problema diz respeito ao pequeno número de adultos disponíveis, e dispostos a assumir esse compromisso de dedicar boas horas do seu tempo à atividade de Escotista. Não que não valha à pena, porque, como todo o voluntariado, este também tem suas recompensas, e são muitas. Porque o Movimento Escoteiro é acima de tudo um movimento alegre, e aqueles que fazem parte desta fraternidade aprendem, pela sua Lei, a “sorrir nas dificuldades”. Com lenço, ou sem lenço, de mochila nas costas ou não, guardam para sempre boas histórias, grandes e fortes laços de amizades, e habilidades que lhes serão úteis e lembradas sempre, nos momentos mais oportunos.

Estão de parabéns, por tudo o que representam, os lobinhos, escoteiros, seniores e guias de lenço grená e amarelo no pescoço, os pais que doam parte do seu tempo e trabalham para oferecer suporte adminsitrativo ao grupo, e sobretudo os chefes escoteiros, que desde a fundação do Grupo Buriti não medem esforços para manter acesa aqui em Balsas algumas fagulhas deste Espírito Escoteiro.

Um comentário:

Wagner Passos disse...

Eu nao fui escoteiro, mas uma das coisas q mais gostava de fazer era me enfiar no meio do mato, nadar em açude, ficar na beira do mar... esse convivio com a natureza, fogueira, amigos... Depois do Play 2, será que alguma criança sabe o que é isso?