Fiquei sabendo de um filme 3D que estava em cartaz no cinema. Nunca havia visto um filme com esse tipo de "efeitos especiais" e achei que a idéia dos óculos coloridos fosse atrair a atenção dos pequenos.
E atraiu. Eles adoraram a tarde, comeram muita pipoca, sorvete e tomaram refrigerante até cansar. Quer dizer, sair com a tia tem limites, mas convenhamos, estes limites são beeeem mais flexíveis que os impostos por pai e mãe.
Até aí tudo bem, eu também gostei do passeio, mas não posso deixar de fazer um comentário crítico sobre esse filme "bucha" para que outros tios e tias bem-intensionados não cometam o mesmo erro que eu.
Sim, o filme é uma droga.
Quanto ao 3D, não notei grande diferença. O óculos é incômodo, não se adapta nem ao rosto infantil e nem ao rosto dos adultos. Em pouco tempo deixa a vista cansada. Me deu dor de cabeça. Em poucas cenas foi possível notar alguma diferença, e - forçando - achar "bacana" o tal efeito. Aqui e ali uma mosquinha parecia estar alguns centímetros fora da tela, e em uma seqüência de vôo a sensação é bem realista. O suficiente para fazer as crianças darem gritos (o que não precisa muito) e pra me deixar nauseada (pra isso já precisa bem mais, porque não costumo ser hipersensível a esse tipo de emoção).
O pior é que sem óculos não dá para ver, porque a imagem fica com vários "fantasmas", dividida em várias camadas de cores desencontradas. Se bem que, de óculos, eu as enxergava igualmente fora de foco.
A história se passa na forma narrativa de uma corrida espacial paralela, redimensionada para o mundo das moscas. Astronautas americanos e soviéticos travam a sua batalha em escala humana, e as moscas americanas e soviéticas concorrem proporcionalmente pelo mesmo sentido. As moscas americanas - fofinhas, bonitinhas e inteligentes - conseguem pegar carona na Apolo 11, enquanto as soviéticas - feias e burras - querem sabotar a nave e impedí-las de retornar em segurança.
Longe de ser uma animação como várias outras de uma boa safra, engraçadas e divertidas para todas as idades, Mosconautas beira o tédio, com algumas picadas aqui e ali, não muito boas, e que ficam ainda piores no contexto todo da trama medíocre.
Como pano de fundo, traz a velha e manjada mensagem do "acreditem nos seus sonhos", que faz bem o tipinho do herói americano.
Os estereótipos, que por si só já são irritantes, ficam ainda mais porque são estereotipados ao extremo. Apesar disso, a tradução do título do filme é irônica, já que "cosmonauta" era a denominação que os russos utilizavam para os seus viajantes espaciais...
Avaliação: muito ruim
Ficha Técnica
Título Original: Fly me to the moon 3D
Local/Ano: Bélgica, 2008
Gênero: Aventura, Animação
Duração: 84 min.
Tipo: Longa-metragem / Colorido
Distribuidora: Playarte
Produtora: nWave Pictures, Illuminata Pictures
Diretor: Ben Stassen
Roteirista: Domonic Paris
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